quinta-feira, agosto 31, 2006

"Quiasmo de mim"












Almejei encontrar alguém a quem dignar os meus mais sinceros versos...
Observam os meus saltos altos enquanto meus olhos baixos buscam por atenção
Há um estrondo fluindo dos meus poros mas só podem ouvir dos meus colares o ruído
O meu riso alto deveria traduzir o exaspero do meu coração calado?
Aplausos ao meu ofício abafam a justa causa do hiperativismo
Boas expressões públicas jamais figuram meus salmos imprecatórios

Mas eu sei que você pode ultrapassar os limites entre alma e corpo e libertar as verdades das profundezas que cativam os gemidos mais íntimos do meu espírito!

O fazer já não me faz, dormindo sou, te é suficente ser...
Não preciso impressionar-te você também me ama em dias cinzentos
Sem adornos no meu colo, basta teu colo, ele é útero que me envolve
Diante de você, rubro, calo, posso tocar o chão com os pés desnudos
Por isso, Senhor, te digno meus versos até ao ponto de rasgá-los do meu peito, porque dilacerada você me vê e teu amor permanece como a vida dos que te amam...


Andreza Corbo
(junho/06)